A Fecosul e a CTB,
juntamente com outras centrais sindicais, federações e sindicatos de trabalhadores, organizou, nesta quinta-feira (22/9), o Dia Nacional de Paralisações contra as reformas propostas pelo governo Temer. Entre as principais preocupações dos sindicalistas estão as reformas trabalhista e da previdência, que flexibilizam direitos e expõe trabalhador e aposentado a situações graves, como aumento da jornada de trabalho para 12 horas diárias e fim da aposentadoria por tempo de serviço..jpg)
A região sul do Estado também registrou manifestações. Em Pelotas, o transporte municipal e intermunicipal foi paralisado junto com grande parte do comércio até às 10h30. Em Rio Grande, houve ato no estaleiro no canteiro da Engevix, após os trabalhadores caminharam até a Justiça do Trabalho para reclamar falta de pagamento de salários e horas extras. Neste dia 22 de setembro, os atos aconteceram em todo o país. No RS, além das bandeiras “Fora, Temer!”, devido ao parcelamento de salários e falta de segurança nas ruas, a manifestação também fez críticas diretas ao governador Sartori, que trata com descaso o funcionalismo público.
Os dirigentes e manifestantes que aderiram ao movimento acordaram muito cedo. Às 4h da manhã, já estavam posicionados em frente às garagens de ônibus da cidade a fim de impedir que o transporte público circulasse. Na empresa Carris, onde nossa central - a CTB - se concentrou, a Brigada Militar forçou a saída dos veículos com ação violenta - spray de pimenta, bombas de borracha e gás lacrimogêneo. “Infelizmente estamos vendo a verdadeira cara do governo Sartori com essa atuaç

ão da Brigada, que ao invés de estar combatendo à violência nas ruas, trata os trabalhadores dessa forma. Eles estão agredindo aqueles que hoje defendem não só os direitos do conjunto da classe trabalhadora, mas também manifestando contrariedade ao parcelamento dos salários dos próprios brigadianos”, declarou o presidente da Fecosul e CTB-RS, Guiomar Vidor.
Por volta das 7h, o grupo composto por mais de 400 manifestantes seguiu pela avenida Bento Gonçalves até o cruzamento com a rua Princesa Isabel, onde encontrou com representantes da Via Campesina e do Movimento Sem Terra. Juntos seguiram pela avenida João Pessoa, passando pelo Túnel da Conceição, avenida Mauá e finalizando a atividade com um ato político em frente aos prédios do Ministério do Trabalho e da Superintendência do Trabalho e Emprego. No local, outros grupos vindos em caminhada da Ponte do Guaíba e da zona norte da cidade ampliaram ainda mais a manifestação.
Ao final da atividade, Vidor avaliou como vitoriosa a mobilização. “Atingimos nosso objetivo, conseguimos mobilizar um grande número de trabalhadores, a partir da unidade construída pelas centrais e outras entidades. Também obtivemos a atenção da sociedade. Estamos num grave momento político, em que o Governo propõe uma reforma que tem por objetivo central a privatização da CLT, ou seja, acabar com as leis trabalhistas como um instrumento público de regulação das relações de trabalho e permitir que todos os direitos dos trabalhadores sejam negociados entre patrão e empregado, o que traria uma degradação total nas relações de trabalho no Brasil. A sociedade precisa entender este momento. Nossa mobilização deverá tomar ainda mais corpo no próximo dia 29, quando deverá acontecer um dia de paralisação dos trabalhadores do setor mecânico-metalúrgico”, apontou.
Fonte: FECOSUL/CTB