Em todo o mundo, as mulheres marcham nesta quinta-feira (8) - Dia Internacional da Mulher - pela igualdade de direitos e pelo fim da violência. “As mulheres trabalhadoras querem mais. Nunca ficamos de braços cruzados esperando que os governantes tomem as decisões sobre os nossos direitos”, diz Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Ela acentua que as mulheres são maioria na população brasileira, mas estão sub-representadas nas instâncias de poder. “A representação feminina no Congresso Nacional beira os 10%, sendo que somos 52% da população”.
Para mudar essa realidade, Arêas propõe uma intensa campanha pela eleição de mais mulheres neste ano. “Precisamos eleger uma bancada de mulheres comprometidas com a luta por direitos iguais e pelo combate constante à violência que cresce dia a dia no país”.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra em seu 11º Anuário que a violência contra a mulher apavora. Em 2016 foram assassinadas quase 5 mil mulheres e ocorreram registros de quase 50 mil estupros, em 2016.
“Mas sabemos que a violência doméstica campeia. Por isso, estamos propondo ações para coibir essa violência”, afirma Berenice Darc, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-DF. “Há necessidade de um trabalho a nível nacional para criar uma cultura de paz e respeito”.
Arêas complementa Branco ao afirmar que as escolas estão chamadas a cumprirem papel importante na desconstrução da cultura do estupro e da ideologia patriarcal. “É fundamental as pessoas entenderem a necessidade imperiosa de se debater as questões de gênero nas escolas”, define.
Aires Nascimento, secretária adjunta da Mulher Trabalhadora da CTB, concorda e afirma que os “os meios de comunicação, de uma forma geral, mostram a figura da mulher como um simples objeto do desejo masculino, ignorando que somos seres humanos com anseios, desejos e vontades próprias, além de termos a mesma capacidade para o trabalho, os estudos, enfim para tudo na vida”.
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Por isso, diz Sandreia Barroso, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-PI, “o debate das questões de gênero não pode se circunscrever somente aos bancos escolares, embora o papel das escolas seja preponderante pra desde a tenra infância mostrar aos meninos o respeito como norma civilizacional”.
Então, Kátia Branco, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-RJ, afirma que “as mulheres trabalhadoras do campo e da cidade enfrentam a violência no seu cotidiano para manterem-se vivas e ainda defenderem suas proles”.
De acordo com Arêas, as mulheres da CTB mostram que são de luta e batalham para “termos maior presença em todos os movimentos de luta por justiça e igualdade”. Para ela, especificamente em 2018, “precisamos nos unir para aumentar substancialmente a bancada feminina no Congresso e fazer que todos os 365 dias do ano sejam dias das mulheres”.
Para ela, “já passou do nível do suportável a violência e as discriminações que sofremos. E Somos nós que vamos dar um basta em tudo isso, levando o necessário debate sobre igualdade de gênero no movimento sindical e em todos os setores da vida”.
Fonte: CTB