Após mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), ocorrida nesta quarta-feira (6), os juros voltaram a cair e a taxa atinge o menor patamar desde 2013, 7%.
Mesmo com as sucessivas reduções, o Brasil ainda possui a maior taxa de juros reais do mundo. É o que aponta o último estudo realizado da Infinity Asset Management que avaliou 40 economias em diferentes regiões do globo.
Nas 40 economias pesquisadas, 26 países têm taxas de juros reais negativa. O Reino Unido, por exemplo, tem taxa negativa de -2,24%, enquanto na Alemanha, a taxa está negativa em -1,92%. Nos Estados Unidos, a taxa é negativa em -1,06%.
Mesmo com a redução, os juros reais no Brasil irão se manter acima dos 3%. Índice muito alto e que inibe o interesse de investimentos - internos e externos - no setor produtivo, base fundamental para a retomada do crescimento de qualquer nação.
Não devemos ter ilusões. Não será somente reduzindo os juros que superaremos a realidade dramática de mais de 26 milhões de brasileiros, hoje, condenados ao desemprego ou a condições de subemprego. E mesmo com a queda dos juros, o Brasil teve um crescimento aproximado de 0,1% no último trimestre.
Os dados comprovam que reduzir os juros é somente um passo dentro da engrenagem do sistema. Não vemos empenho nenhum do governo em investir na retomada da economia, com o fomento de investimentos públicos e privados, para assim estimularmos a geração de emprego e reaquecermos nossa economia.
Um Brasil forte e que tenha um horizonte de crescimento com geração de emprego e valorização dos salários precisa de juros reais ainda menores e a ampliação significativa dos investimentos, sem essa receita, não haverá retomada.
Fonte: CTB